quinta-feira, 12 de agosto de 2010

IX Festival da Escola de Balet Evelyn

14/08/2010 - 17:00
Teatro Humberto Mauro no C.E.U. MENINOS
Rua Barbinos, 111 - Jd. Patente
São Paulo - SP
http://www.metodista.br/gestaodecidades/blog/?m=201007
Por uma Educação Humanizante

“Eu preparo uma canção que faça acordar os homens e adormeça uma criança”.  Drummond.
Penso que refletir sobre o ser humano na perspectiva de uma transformação social e expansão da consciência é um exercício absolutamente necessário no processo educativo de caráter individual e coletivo, sobretudo para a emancipação humana.
O educador Paulo Freire sugere que a experiência somente se faz cultural quando se concretiza pelo reconhecimento da educabilidade das pessoas e das instituições e, nesse fazer, organiza-se como símbolo, aceito e pactuado coletivamente. Desse modo, a experiência se educa continuamente pelas novas interlocuções, novas leituras de mundo e da palavra, por meio de novas abordagens.
Algumas de suas ideias, discutidas em Pedagogia do Oprimido, e que vêm ao encontro à proposta dessa reflexão, lançam um olhar sobre a conscientização da opressão contida na sociedade e no ato educativo. Também convoca homens, mulheres e crianças para uma luta pelo direito de ser humano, pelo trabalho livre, pela afirmação como pessoas, a partir de uma educação igualmente libertadora, uma vez que a carência de liberdade compromete o exercício da cidadania.
Esse jugo que carregamos, tido como um problema social crônico, resquício de uma educação burguesa no processo de promoção da distinção de classe, se mostra como signo superior perante os de baixo e declara como prioridade a construção de barreiras sociais, imobilizando e atravancando novas aprendizagens. Um dos sintomas já conhecido por poucos, mas não identificado por muitos, é a imitação, que restringe atitudes, determina padrões e ações das camadas menos favorecidas, gerando uma aceitação fácil e dócil do caráter de distinção. Não haveria opressor se não houvesse pessoas que se deixam oprimir, reproduzindo os vícios e manias das classes superiores. Você conhece o conto de Helen E. Buckley, sobre “Os gostos e as cores”?  Veja lá como o professor dá a medida de seu poder e responsabilidade.
Dizem os sábios que só o oprimido pode libertar o opressor! Nesse sentido, a pedagogia do oprimido se revela como uma ação problematizadora, ao potencializar a pedagogia do homem e a valorizar a educação como prática de inovação e liberdade. Já que nas ações educativas tanto o educando como o educador, aprendem e ensinam, simultaneamente, mediante a valorização do diálogo, da reflexão, da criatividade, eximindo os interesses individuais, a desumanização e o falso saber.
Professora Angela Soares Louzada dos Santos
Membro do Comitê Executivo da Cátedra Gestão de Cidades