segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A mente educada!

Tenho lido um capítulo do livro "A mente educada" de Kieran Egan. Esse texto pelo qual me interessei e busquei  trata de elocubrações sobre a ironia desde tempos mais remotos. 
Um texto denso, complexo, cansativo, mas que produz reflexões importantes como por exemplo: A ironia corrói a confiança, dissolve o significado e mina toda e qualquer pretensão à insegurança intelectual. (p. 208). Já pensei sobre essa máxima em tantas situações.... a última foi numa defesa de qualificação de mestrado na UMESP. E olha que numa banca cabe bastante ironia!! 
Embora seja um mecanismo sofisticado de expressão humana, acaba levando muitas conversas para cantos apertados e esteiras que derrubam a gente. Sobra aquela sensação de torpor e incongruência e a gente fica sem saber "se riram pra mim ou de mim". Acho que já experimentamos tal sensação não é?
Deixe aqui sua experiência com a ironia e me diga o que acha!!
bjubju
@angieso

sábado, 4 de dezembro de 2010

Reflexão EBD - 05/12/2010


Pão Quentinho » Crescer Dói
“E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça….”

Há um livro interessante que acabou virando filme, chamado “O Tambor”, do alemão Günter Grass. É a história de um menino teimoso que se recusava a crescer. Quando queria alguma coisa pegava seu tambor e ficava batendo com um cabo de vassoura sobre ele até que alguém o atendesse. E já com idade adulta tinha a aparência e o corpo de uma criança.
Às vezes penso que é menos penoso continuar sendo o que sempre fomos. Para que arriscar? Para que sair do porto seguro e singrar por rios perigosos e traiçoeiros, que não conhecemos bem? Para que sair do aconchego dos pensamentos que trazem sossego à alma, e aventurar-se por abismos e montes escarpados? O senso comum diz que viver na planície é mais seguro que escalar as altas montanhas.
Há cristãos que gostam de viver nas planícies – as montanhas lhes dão vertigens. Há cristãos que se recusam a sair da segurança encontrada nos limites do terreno em que ele mantém controle, e sair fora dessa área demarcada na alma é inimaginável para ele. É o medo de “perder” a identidade, é o medo do novo, o medo do não conhecido.
Crescer é “abandonar” posições confortáveis, é deixar o que é seguro, é começar a subir em direção ao ar rarefeito dos cumes. Crescer é recusar a permanecer no conquistado, é romper com o passado, uma ruptura que vai levar a uma descontinuidade da rota até então vivida. Crescer dói porque nos leva a dar um passo quando queríamos ficar parados. Os fariseus foram incapazes de entender o que Jesus dizia e fazia porque recusavam dar o segundo passado, a andar a segunda milha…
Todos os seres vivos, animais e vegetais e até mesmo os minerais têm em si o potencial de crescimento. Uma semente de laranja carrega em si a potencialidade de um pé frondoso carregado de frutos. Um pires com água e sal deixado por alguns dias começa a produzir pequenos cristais de sódio. Todas as plantas crescem em direção ao sol.
Creio que o cristão traz em si a capacidade de crescimento que o Espírito nos dá. Se não temos crescido devemos olhar o que tem impedido esse processo. Muito provavelmente desenvolvemos “apegos” à nossa forma de ser. Eles funcionam como laços que nos impedem de dizer adeus à nossa infância, aos nossos quereres, às manhas e manias, à forma fixa de pensar. Não raro vemos adultos carregando sombras não resolvidas do passado que assombram o presente, vemos homens e mulheres incapazes de um relacionamento saudável por conta de resquícios infantis.
Paulo diz que ele plantou, Apolo regou, mas Deus é quem dá o crescimento. Todo pai quer ver seu filho crescendo. É o processo natural. A não ser que sofra de “nanismo”, que é o desejo inconsciente de não crescer. “Anões espirituais” temem quebrar paradigmas, a ir além do que foi dado.
Obsessão pelo passado, ou tentar encontrar no presente imagens de um passado que já se foi podem indicar um estratagema mental para não olhar para frente, e com isso não ter a responsabilidade de crescer.
Crescer dói, mas sem crescer não há como alcançar a estatura que Deus deseja para nós.
Pr. Daniel Rocha