sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Os Efeitos da exposição ao luxo sobre as pessoas!!


The Devil Wears Prada? Effects of Exposure to Luxury Goods on Cognition and Decision Making

Gandhi once wrote that "a certain degree of physical harmony and comfort is necessary, but above a certain level it becomes a hindrance instead of a help." This observation raises interesting questions for psychologists regarding the effects of luxury. What psychological consequences do luxury goods have on people? In this paper, the authors argue that luxury goods can activate the concept of self-interest and affect subsequent cognition. The argument involves two key premises: Luxury is intrinsically linked to self-interest, and exposure to luxury can activate related mental representations affecting cognition and decision-making. Two experiments showed that exposure to luxury led people to think more about themselves than others.

O mal do século


Carolina Beu

Uma pesquisa realizada na região metropolitana de São Paulo aponta que 45% da população já manifestou algum tipo de transtorno mental ao longo da vida. A depressão, considerada o ‘mal do século’, apresentou, isoladamente, a maior incidência. No total, 18% dos avaliados já haviam manifestado o problema em algum estágio.
Essas informações são do projeto Megacity São Paulo, estudo pioneiro realizado pelo Ipq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas de São Paulo, e foram apresentadas no último dia 7 no Congresso Brasileiro de Psiquiatria. Entre maio de 2005 e abril de 2007, a pesquisa avaliou 5.037 voluntários com a intenção de mapear a incidência de doenças físicas e mentais que afetam a qualidade de vida da população.
As doenças que compõe o grupo de transtornos de ansiedade, como estresse pós-traumático, fobias específicas e transtornos de pânico representam 28% dos casos. “A Grande São Paulo tem características que a diferem de outros contextos, no que diz respeito à violência, por exemplo. Isso pode ajudar a explicar a alta prevalência dessas doenças", afirmou a psiquiatra Maria Carmen Viana, pesquisadora do Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica do IPq e uma das investigadoras do projeto.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente a depressão é a terceira maior causa de incapacitação no mundo, ficando atrás apenas das doenças pulmonares e de diarréia infecciosa. Em nível avançado, a gravidade da doença chega ao grupo de outras patologias incapacitantes como a cegueira, a Síndrome de Down, o surto psicótico, enxaqueca grave ou estágios terminais de câncer.
“A depressão já é um problema de saúde pública há vários anos. Apenas mais recentemente, com a descoberta de novos tratamentos - que não necessariamente são mais eficazes - e a diminuição do estigma é que se discute sua gravidade”, afirma Rodrigo da Silva Dias, membro do Conselho Científico da ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) e doutorando em transtorno bipolar pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.
De acordo com o psiquiatra, as doenças com sintomas físicos e infecciosos, que apresentam desconfortos perceptíveis, sempre chamaram mais a atenção da comunidade médica. Já a depressão, que é analisada de maneira subjetiva, ficou sujeita a desconfiança de sua real existência. Segundo Dias, os dados sobre o nível de incapacitação do transtorno já atestam a sua gravidade.
Se isoladamente a depressão já é um problema grave, quando associada a outra doença crônica o quadro clínico do paciente torna-se muito pior. “As pessoas que sofreram um infarto, por exemplo, tem um aumento de 50% no índice de mortalidade caso venham a sofrer de depressão no período de recuperação”, afirma Dias. Para o especialista, divulgar e debater a doença são fundamentais para que a população fique atenta e passe a buscar ajuda médica e psicológica, diminuindo assim as chances de incapacitação.
abiliodiniz.uol.com.br/Artigo.aspx?Id=228

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Pesquisa revela que leite hidrata mais que a água

04/02/10 - 12h16 - Atualizado em 04/02/10 - 12h16

Após praticar exercícios é comum recorrermos a um copo de água, mas pesquisadores de Campinas, no interior de SP descobriram que o leite contribui mais que qualquer outra bebida no treinamento.

Cristina Maia - Campinas, SP

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Mais do que vontade, o nosso corpo sente a necessidade de repor o líquido perdido durante os exercícios.

E dá para substituir por leite? Um estudo desenvolvido no Reino Unido concluiu que o leite magro é mais eficiente na reidratação do que a água ou qualquer isotônico, bebida normalmente usada para repor líquidos e sais minerais. Pesquisadores da Unicamp explicam por que isto acontece.

A proteína do soro do leite também ajuda na regeneração do músculo lesionado durante a atividade física

Quanto menor o intervalo entre a ingestão das proteínas do leite e o término da atividade física, melhor a resposta do corpo ao exercício. De acordo com os pesquisadores todos os tipos de leite têm este potencial de hidratar e recompor os músculos.

O que muda entre um e outro é o tempo de absorção no organismo. O efeito do leite desnatado, por exemplo, é maior que o de soja, por ele manter por um período maior, mais elevadas as taxas de aminoácidos e estes aminoácidos são essenciais para a construção da musculatura.

Dezesseis quilos a menos e com músculos bem mais definidos depois de um ano de treino intenso. Para potencializar os exercícios, todos os dias, antes e depois da academia, Fabiano toma uma dose de proteína isolada do leite. A orientação é dada pelo fisioterapeuta Wilson Germano.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

CBN - A rádio que toca notícia - Gilberto Dimenstein

Psicólogos/as contratados/as para acalmar investidores na Bolsa.
CBN - A rádio que toca notícia - Gilberto Dimenstein

Questão de Utilidade Pública!

Definitivamente não dá pra viver sem entender alguns códigos.

Permitido o uso de qualquer alvejante oxidante
Não alvejar, não branquear
Permitido alvejar somente com oxigênio/não usar alvejante clorad
Secagem em tambor - temperatura normal
A secagem em tambor é possível - secagem a baixa temperatura
Não secar em tambor
Secagem em varal
Secagem por gotejamento
Secagem à sombra
Secagem na horizontal
Temperatura máxima de lavagem 60ºC e processo normal
Se essa mesma tina tiver um sublinhado, significa que a temperatura máxima de lavagem é 60ºC e o processo suave
Se a tina tiver um sublinhado duplo, utilizar o processo muito suave, o número indica a temperatura máxima de lavagem de 40ºC
Não lavar
Use somente a mão, temperatura máxima 40ºC
Temperatura máxima da base do ferro de passar a 200ºC
Temperatura máxima da base do ferro a 150ºC
Temperatura máxima da base do ferro a 110ºC vapor pode causar danos irreversíveis
Não passar

Limpeza a seco profissional em tetracloroetileno e todos os solventes listados para o símbolo F - processo normal
Limpeza a seco profissional em tetracloroetileno e todos os solventes listados para o símbolo F - processo suave
Limpeza a úmido profissional - processo normal
Limpeza a úmido profissional - processo suave
Limpeza a úmido profissional - processo muito suave
Limpeza a seco profissional de processo normal com hidrocarboneto (temperatura de destilação entre 150°C e 210°C, ponto de fulgor entre 38°C e 70°C) - processo normal
Limpeza a seco profissional de processo suave com hidrocarboneto (temperatura de destilação entre 150°C e 210°C, ponto de fulgor entre 38°C e 70°C) - processo suave
Não limpar a seco

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Representações da Vida!

Hoje mesmo, me disseram que a vida é feita de blocos... "a projeção, pura manifestação do inconsciente...", é exemplo de um desses blocos!
Eis aí um grande e pesado bloco....Pura racionalização!
No interstício não dá... Vão me espremer até a morte!
Carregá-los... "Des-necessário"! Passar por dentro deles? Fazer o quê! Quem aumenta em ciência, aumenta em trabalho!
Essas são algumas das considerações que faço, juntando uma coisa com a outra para achar a causa, causa essa que esbarra na vaidade, ao ouvir alguém em quem talvez possa confiar. Começo esse texto pelo fim, assim como aqueles filmes que adoro ver, em que o final vem no começo.
Educação e Intimidade é uma disciplina que não podemos deixar de ter, serve pra vida toda, assim como... não pisar descalço depois do banho, comer só o que basta, não falar demais, tirar o pé da casa dos outros para evitar aborrecimentos e por aí vai....vários dizeres e saberes que atravessam o tempo e marcam a vida de cada um e cada uma de nós. Lembro-me de uma manhã de chuvas torrenciais, o dia que se fez trevas, e lá estávamos nós, figura e fundo da própria imagem, nítidos, perseguidos e perseguidores dessa tal disciplina da vida....Educação & Intimidade! Nesse dia ficou muito claro como um dia de sol, dentro de uma sala de aula em meio ao breu de fora, como almejamos algo mais da vida! Havia algo muito pessoal naquele momento educativo... Fomos para lá cuidar de nós, mas também dar conta da pólis, pois não há ciência do particular e sim do universal!
Que caminho tomar...qual o rumo a seguir? O que instigava-me a cada encontro era, onde iríamos chegar?..E a cada encontro havia um desencontro, a cada discurso um desvio de curso, foi inevitável...até que um protesto eclodiu dentro de nós, a partir de uma indagação...”Qual é a sua questão? Pra quê?
E esse incômodo persiste até os dias de hoje... Tem buracos que jamais se fecham dentro de nós.
Até que chega um dia, oito de setembro, “em que a casa cai”, pois há muito vinha me escorando nos tais blocos interpretativos. Fui então desalojada de algumas certezas...Tem coisas que só podem ser ditas mesmo, quando a gente cresce!!
Qual é o ponto então....a Intimidade....qual o caminho a seguir....a Educação, sem rogar por nada, nem ninguém, afinal essa tal intimidade deve estar em alguma cavidade dentro de nós...O que pensamos (blocos), o que vivemos a partir deles (blocos) nos impede de ReViver, e assim a vida fica muito distante de alguém, indiferente e circunstancial...Que pena!! É assim que vivemos na maior parte do tempo....
A proposta é caminhar pela Intimidade e marcar de algum jeito a minha vida e de quem comigo está, de outra maneira Não Faz Sentido! Quem sabe assim nos deparamos com uma Educação que nos afete, sejamos possuídos e pela qual nos apaixonemos de tal forma que o mais importante seja conhecer a alegria dos peixes à medida que atravessamos o rio...(A. Buzzi)
É preciso muito mais que deslocar-se, é necessário ficar desalojada muitas vezes, apaixonada, perdida do centro, à mercê do outro/a em quem me atiro em por quem atraída, fico constrangida a sair de mim mesma e ser outra pessoa...É dessa maneira que a Educação transforma tudo ao redor e a vida ganha outro sentido!
Nessa altura me lembro de um poema de Fernando Brandt e porque não dizê-lo agora...”O que vocês diriam dessa coisa que não dá mais pé / O que vocês fariam pra sair dessa maré? O que era sonho vira tema / Quem vai ser o primeiro a me responder? Sair dessa cidade, ter a vida onde ela é / Subir novas montanhas, diamantes procurar / No fim da estrada e da poeira / Um rio com seus frutos me alimentar.../ ...O que era pedra vira corpo... / Andar por avenidas enfrentando o que não dá mais pé / Juntar todas as forças para vencer essa maré / O que era pedra vira homem / E um homem é mais sólido que a maré”.
Educação e Intimidade requer uma qualidade de instantes, como modo de desfrutar o momento, meio poético, nada patético, apenas Qualitas! O tempo é o grande compositor desses processos, o grande maestro da contemporaneidade, é ele, quem dá o tom! A dica é buscar uma Filosofia de Vida... Essa vida que vai à deriva, essa vida que é a nossa condução... Mas não seguir à toa... pois nem tudo dá na mesma...é um voltar para o lar (Arnaldo Antunes).
Intimidade é estilo, um modo de viver, não um objetivo nem objeto, só uma vontade de se instalar, estabelecer-se pra depois ficar desalojada novamente e fazer o acolhimento do novo no calor de alguma instituição, pois essa é o nosso útero, lugar de proteção e de baixar a guarda, pois nem sempre podemos e queremos um viver arrogante! Só e apenas nesse sentido, acho oportuno negociar com essa instituição, afinal...ter um lugar pra reclinar a cabeça e tomar um banho às vezes é bom.
No mais ter Liberdade, Paixão, Realização e Tempo, enfim.... recursos para se alcançar essa tal Educação e Intimidade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CBN - A rádio que toca notícia - Gilberto Dimenstein

Curso de licenciatura subsidiado pelo FIES, como forma de incentivo aos professores/as nas escolas públicas!
CBN - A rádio que toca notícia - Gilberto Dimenstein

Homossexualidade e Psicanálise.



Na psicanálise, a homossexualidade não é tratada em momento algum como uma doença, mas sim como um conjunto de sintomas. Dito em outras palavras, conforme veremos é uma defesa maníaca , uma maneira do ego se proteger face a determinadas ansiedades de ordem essencialmente paranóide, mas também depressiva. No que se refere às defesas maníacas sabemos, com Melanie Klein, que elas surgem já na posição esquizo-paranóide e que estão também presentes na posição depressiva; por esta razão, as defesas maníacas podem relacionar-se às ansiedades - e mecanismos - tanto paranóides como depressivas.
Ferrão, em seu trabalho "Homossexualidade e defesas maníacas", salienta a importância de mecanismos de defesa maníacos nos psicodinamismos da homossexualidade.
Mas vamos às primeiras discussões abordadas pelo presente estudo; elas datam por volta de 1908, quando Freud discutiu, com alguns psicanalistas da época, especialmente Ferenczi e Jung, a relação íntima que invariavelmente, sentia existir entre paranóia e homossexualidade latente; desde então, diversos artigos sobre paranóia apareceram na literatura psicanalítica. Em seu texto de 1911, "Observações psicanalíticas sobre um caso de paranóia autobiograficamente descrito", Freud estabelece sua fórmula sobre a paranóia, sendo considerada como uma defesa contra impulsos homossexuais reprimidos. A seguir, em "Três ensaios sobre a sexualidade", o homossexualismo assume o caráter de um "comportamento invertido", e que varia grandemente sob diversos aspectos. Pode ser o invertido absoluto, no qual se estabelece a escolha do objeto sexual exclusivamente a partir de seu próprio sexo (essa escolha decorre de uma origem narcísica). Podem haver também os invertidos anfigênicos, ou seja, os hermafroditas psicossexuais; nesse caso seus objetos sexuais tanto podem ser do mesmo sexo como do sexo oposto, não possuindo a característica da exclusividade. Existem também os invertidos ocasionais, os expostos às influências de certas condições exteriores, como por exemplo, os presidiários, que na falta do objeto sexual normal (termo utilizado por Freud), obtém prazer com o objeto do mesmo sexo.
Para Freud, o comportamento invertido tanto pode datar do princípio da existência do indivíduo, de uma época tão remota quanto a sua memória possa alcançar, como também pode se manifestar um pouco antes ou depois da puberdade. Pode persistir por toda a vida ou desaparecer temporariamente, ou pode ainda constituir um episódio isolado no processo de um desenvolvimento normal. Pode até surgir pela primeira vez tarde na vida, depois de um longo período de atividade sexual normal, ou depois de o indivíduo ter passado por uma experiência penosa com o objeto do sexo oposto.
Quanto à natureza da inversão, Freud pondera que não ela pode ser explicada nem pela hipótese de que é congênita, nem pela hipótese de que é adquirida, mas que pode estar relacionada com uma disposição bissexual e que se constitui um distúrbio que afeta o instinto sexual no curso de seu desenvolvimento.
Também considera que, sem dúvida, os invertidos, nos primeiros anos de sua infância, atravessaram uma fase de fixação muito intensa porém muito curta, em uma mulher (geralmente sua mãe); e, depois de ultrapassada esta fase, eles se identificam com uma mulher e se consideram, a si próprios, seu objeto sexual. Isto é, partem de uma escolha narcísica, procuram um rapaz que se pareça com eles próprios e a quem possam amar como amaram e foram amados por sua mãe.
Posteriormente, as investigações de Melanie Klein e dos adeptos de suas idéias demonstraram a importância das situações precoces de ansiedade no desenvolvimento normal e patológico da criança e do adulto. Klein apresentou as duas conhecidas posições: a esquizo-paranóide e a depressiva e, em 1932, postulou que a homossexualidade se desenvolve como uma defesa contra a angústia paranóide, o que pode explicar a frequência da combinação da homossexualidade com idéias paranóides. A ênfase que M. Klein dá está na função defensiva da homossexualidade, que pode surgir na sua forma latente ou manifesta, pelo aumento das ansiedades paranóides. Em seu livro "Psicanálise da criança", Klein menciona que as perturbações do desenvolvimento sexual se seguem a uma fantasia infantil, onde existe o registro da figura dos pais perpetuamente unidos em coito (pais combinados na relação sexual). Se a devida separação dessa imago combinada dos pais não ocorrer em grau suficiente (pai plenamente diferenciado da mãe) durante o curso do desenvolvimento, o indivíduo sofrerá de graves perturbações em seu relacionamento objetal como em sua vida sexual. Ou seja, se houver a predominância dessa cena primária, ocorrerão perturbações na criança: primeiro nas relações primitivas que esta estabelece com o seio da mãe, e posteriormente com o seu objeto de desejo.
Essas perturbações aparecem nos ataques sádicos da criança para com o seio da mãe (objeto nutridor). Seus fortes impulsos orais farão com que rejeitem com ódio o seio dela. Essas tendências, que chamamos de destrutivas, vão dar origem à idéia de seio mau, ou mãe má e perseguidora.
Haverá, por conseguinte, um movimento brusco de abandono da mãe, seguido de introjeção da figura do pênis do pai (como objeto idealizado), utilizada para negar a existência do perseguidor. Esse sentimento de ódio e destruição acompanhará a criança, pois trata-se de uma percepção a respeito de sua mãe, e não necessariamente de uma verdade sobre ela (a maneira como a criança introjeta a figura da mãe - boa ou má - não corresponde a uma mãe real). A identificação com o pai se dará com base nesses sentimentos destrutivos, e o ódio se tornará ainda maior se a criança não for acolhida por ele. Sobrepõem-se, então, ao ódio e raiva sentidos pela imagem introjetada da mãe, o ódio e a angústia sentidos pela figura do pai, objeto de amor que desilude, rival da situação edípica e portador de toda a maldade a agressividades projetadas .
Seguindo esse raciocínio teórico contemplado por Klein, a tendência homossexual se instala pela falta de uma boa imago materna. É um processo de deslocamento, no qual tudo que é terrível e inquietante está situado no interior do corpo da mulher, da qual o indivíduo vai se aproximar, buscando uma atitude apaziguadora, ou se afastar, podendo estabeler assim uma preferência homossexual, no fundo sempre indo atrás do que lhe falta: a boa imago materna. Todos esse fatores cumulativos presentes ao longo do desenvolvimento da criança podem fazer com que ela se afaste de seu primeiro objeto de desejo (mãe) e, segundo o caráter de suas primeiras experiências, podem perturbar gravemente sua potência heterossexual ou levá-la a se tornar homossexual. Fica claro, então, que a relação primária com a mãe é fundamental para o organização psíquica do feminino e masculino.
H. Rosenfeld, em 1949, em trabalho publicado sobre o assunto, relatou que a homossexualidade pode ser usada pelo sistema de defesa maníaco e também mencionou a importância dos mecanismos de projeção - e especialmente da identificação projetiva - em alguns casos de homossexualidade.
Após essa caracterização global das defesas em jogo na homossexualidade, destacaremos três características do homossexual, decorrentes do caráter sádico de seu superego extremamente rígido, conforme acentua Franco Filho:
1. A falsa sensualidade do homossexual
A pretensa sensualidade desses indivíduos não lhes propicia um prazer proporcionalmente correspondente, por conta da fragilidade dos vínculos que conseguem estabelecer com as pessoas, as depressões frequentes que suportam, e um estado comum de frustração por eles mesmos provocados inconscientemente. Comenta Franco Filho que por esse motivo não é possível crer que uma maior permissividade da sociedade em relação ao homossexual venha a fazê-los desfrutar mais livremente de suas ligações amorosas.
2. As atuações e o caráter masoquista
Por força desse superego antilibidinoso, o homossexual vê-se, muitas vezes sob o disfarce de uma procura de prazer, inclinado a condutas nitidamente auto-destrutivas
3. O parceiro como um perseguidor
Na ausência de defesas pode haver um processo de idealização do objeto perseguidor e, como consequência, o que é temido passa a ser procurado como bom. Dessa forma, o perseguidor se transforma em parceiro, que é procurado. Isso explica a submissão passiva de muitos homossexuais. Essa submissão tem a finalidade de seduzir e aplacar o objeto, controlando-o e assim tornando-o menos perigoso. É evidente que isso acarreta um aumento das atitudes masoquistas, levando ao dano que o próprio indivíduo a princípio queria evitar.
Diante das observacões feitas, pode-se verificar que a homossexualidade toca a fundo uma questão importante que é a da identidade pessoal daquele que se desvia da trajetória comum a todos nós. São pessoas que sofrem perturbações de ordem psíquica e relacional e que, por detrás de toda exuberância de uma pessoa homossexual, hospedam sentimentos de intensa angústia e ansiedades incontroláveis (ou controladas de maneira pouco eficaz, apenas para garantir sua sobrevivência).
Precisamos encontrá-los com o coração e cuidar desse sofrimento que persiste desde a tenra infância, sofrimento esse subjacente ao estereótipo, mas que está acima de qualquer escolha que a pessoa do homossexual venha fazer.
Cabe a nós, profissionais da área psi: o empenho na recuperação dessas imagos, proporcionando a felicidade de vínculos mais saudáveis e estáveis; conter as identificações projetivas e introjetivas destrutivas, na relação transferencial, aliviando suas angústias e ansiedades; e encaminhá-los para uma autêntica comunicação e vida interpessoal.
Referências Bibliográficas
FERRÃO, L. M., Homossexualidade e Defesas Maníacas. Rev. Bras. Psican., 1967,I,1, pg. 85-90.
FRANCO FILHO, O. de M., Caracterização e Gênese da Homossexualidade. Boletim de Psicologia, Jan/junho de 1972, XXIV, 63, Pg. 3-10.
FREUD, S. Observaciones Psicoanaliticas sobre um caso de Paranóia. (Domentia Paranoides) Autobiograficamente Descrito. Obras Completas, Editora Nueva, B. Aires, Arg., 1948, II, pg. 661.
FREUD, S. (1901-1905) Três ensaios sobre a sexualidade. Obras Completas. Editora Imago, Rio de Janeiro, 1972.
HINSHELWOOD, R.D. Dicionário do pensamento kleiniano (Tradução José Otávio de Aguiar Abreu). Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
KLEIN, M. Psicanálise da Criança. Editora Mestre Jou, São Paulo, 1969.
LAPLANCHE & PONTALIS (1967). Vocabulário de Psicanálise. Editora Martins Fontes, São Paulo, 1988.
QUILES, M. I. Neuroses. Série princípios, Editora Ática, São Paulo, 1986.
ROSENVELD, H., Remarks on the Relation of Male Homossexuality to Paranóia, Paranoid Anxiety, and Narcisism. Intrn. J. Psychoanl., 1949, XXX, 1.
SEGAL, H. Introdução à obra de Melaine Klein. Editora Imago, Rio de Janeiro, 1975